Twitter suspende selo de verificado para novas contas após onda de fakes
O Twitter começou a bloquear a assinatura do Twitter Blue por contas novas na rede social. A medida é uma tentativa de barrar a onda de perfis falsos que se disseminou na plataforma desde o lançamento do selo azul para quem pagasse US$ 8 por mês — no Brasil, onde ainda não está disponível, o programa deve custar R$ 25,90.
A rede social alterou a página oficial de ajuda para incluir a restrição. Agora, somente contas existentes antes de 9 de novembro de 2022 poderão fazer a adesão ao sistema de assinaturas. Não há informações se a medida é temporária ou definitiva — o que prejudicaria a entrada de novos usuários e empresas.
Até agora, não houve uma explicação formal de qual o motivo da restrição do acesso, embora esteja muito clara a motivação. Em apenas dois dias, várias marcas, personalidades e influenciadores foram alvos de trolls que criaram contas novas para tentar enganar as pessoas.
Nintendo dos EUA, o astro do basquete LeBron James e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foram algumas das vítimas da enxurrada de contas fake. O próprio Twitter foi alvo disso em um golpe envolvendo criptomoedas, e todos os perfis tiveram um ponto em comum: foram criados após a liberação da logomarca azul de modo automatizada.
Selo azul para todos causa problema
O objetivo de Elon Musk, dono do Twitter, era acabar com a distinção entre “senhores e camponeses”, uma comparação entre verificados e não verificados. O problema é que o tick azul nunca serviu para criar castas na plataforma, e sim para diferenciar contas verdadeiras das falsas quando se trata de alguma figura notável em áreas como jornalismo, artes e governo. Ao oferecer o selo para todos, a funcionalidade original foi pelo ralo.
A rede social do passarinho tratou de banir todas as contas falsas assim que a notícia começou a se espalhar pela mídia, mas a velocidade de exclusão é muito menor que a de criação de fakes, o que obrigou o bloqueio do acesso ao Twitter Blue para perfis recentes.
O bilionário dono da Tesla não deve interromper definitivamente a venda da marca de verificação tão facilmente porque vê nisso uma oportunidade de gerar receita. No entanto, a elevada quantidade de problemas pode obrigá-lo a rever as previsões iniciais, principalmente ao penalizar os novos usuários legítimos.
Ontem (9), a empresa chegou a utilizar um rótulo “Oficial” para identificar contas previamente verificadas de empresas, agências, órgãos governamentais, personalidades e jornalistas. Após poucas horas, Musk apenas disse que “matou” o recurso, sem explicar o motivo nem apresentar uma solução alternativa.
O Twitter Blue só está disponível para usuários do aplicativo no iOS nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. A plataforma ainda luta para se manter ativa após a demissão de mais da metade dos funcionários.