TikTok pode ter paywall de vídeos e novo sistema de monetização
O TikTok pode implementar em breve duas medidas para fortalecer a monetização na plataforma. A rede social tem sido alvo de reclamações por parte dos criadores, especialmente aqueles de pequeno e médio porte, pela falta de incentivos e pela baixa remuneração.
Segundo o site The Information, uma das novidades é o acesso pago para conteúdos de criadores que desejem lucrar mais. A ferramenta permitiria que o perfil definisse um preço para os seguidores assistirem a vídeos exclusivos, em um modelo de paywall similar ao OnlyFans.
Não está claro se o pagamento seria em formato de assinatura, com acesso a tudo, ou com venda de pacotes avulsos. De todo modo, seria uma inovação um tanto quanto polêmica, porque abre brecha para estimular a criação de conteúdos falsos ou forçados com o único propósito de viralizar.
Reformulação do Fundo de Criadores
A rede social de vídeos curtos também já planejaria reformular e expandir o fundo de criadores para além do Brasil e da França. A proposta original era manter o pagamento para criadores por até três anos para eles produzirem vídeos populares na plataforma, com a injeção de cerca de US$ 1 bilhão nesse período.
A modelagem atual é celebrada por uns, mas criticada por tantos outros porque limitaria o potencial de ganhos na plataforma. Alguns criadores alegam lucrar poucos dólares por conteúdos com milhões de visualizações e quase nada quandoo material flopa. Da mesma forma, existe uma reclamação de que alguns vídeos com milhares de views podem arrecadar mais que outros com dezenas de milhões.
O novo fundo pode pagar melhor que a versão original, segundo o site The Information. Para isso, os requisitos de entrada devem subir para 100 mil seguidores e incentivar a produção de vídeos mais longos, com até 10 minutos de duração.
Expansão da base do TikTok
No fim das contas, o propósito das duas medidas é expandir a base de criação no TikTok, porque esta foi a causa da explosão da plataforma nos últimos três anos. A ByteDance, dona da rede social, até introduziu novas maneiras de se ganhar dinheiro, como os presentes nas lives, os links para vendas e o compartilhamento de parte da receita de anúncios.
O problema é que tais medidas não foram suficientes para cobrir propostas de outros locais. Muitos criadores alegam ganhar muito mais dinheiro com publicidades firmadas diretamente com empresas, especialmente via Instagram, do que com a produção diária de conteúdos para o TikTok e para o Reels.
O YouTube começou a remunerar criadores de vídeos para o Shorts, o seu formato de vídeos curtos, no começo de fevereiro. O objetivo é roubar um pouco da atenção do Instagram e do TikTok para si ao oferecer uma divisão de receita de 45% para os criadores. Na plataforma de vídeos do Google, existe também a possibilidade de se monetizar vídeos com músicas licenciadas, algo que não existia antes e também pode render uns trocados.
Do outro lado, o Instagram já disse que pretende focar menos no Reels para 2023. O chefe da rede social, Adam Mosseri, disse que existe um excesso de vídeos, por isso seria necessário fortalecer novamente o feed de fotos.
Os criadores certamente devem se empolgar se as duas ferramentas chegarem ao TikTok em 2023. Tudo ainda está na fase de especulação, então será preciso aguardar informações oficiais do serviço para uma análise mais aprofundada.