iPhones e iPads finalmente poderão instalar aplicativos fora da App Store
A Apple deverá permitir a instalação de lojas de aplicativos de terceiros e de programas fora da App Store em breve. Isso significa que proprietários do iPhone e iPad poderão ter mais opções para baixar jogos e softwares diversos, sem ficar refém das regras rígidas do marketplace da Maçã.
A medida seria uma iniciativa da empresa para cumprir Digital Markets Act, que começou a vigorar na União Europeia em novembro. A legislação tenta coibir o monopólio e práticas anticoncorrenciais implementadas por Big Techs como Apple, Google, Meta e Microsoft.
Segundo a Bloomberg, mesmo com a liberação do download e instalação paralelos, os desenvolvedores ainda deverão recolher a taxa de 30% sobre as vendas feitas no iOS. Não está claro como a empresa pretende fazer esse controle, já que os apps poderão oferecer meios de pagamento alternativos.
Também são esperadas mudanças nos mecanismos de navegação na web, com impactos no chamado WebKit (a tecnologia que todos os navegadores para iOS são obrigados pela Apple a usar) e em outras áreas do sistema operacional para cumprir a legislação da UE. Até o momento, não houve um posicionamento oficial da empresa, portanto tudo não passa de especulação.
Requisitos de segurança elevados
A justificativa para tanta rigidez era a preocupação com a segurança dos usuários. Podendo instalar apps de fontes desconhecidas, as pessoas poderiam inserir apps maliciosos ou contaminados com malwares no sistema do celular.
Para resolver isso, a Maçã deve criar um procedimento que estabelece uma espécie de verificação de segurança. Na prática, deve funcionar da mesma maneira que os apps baixados fora da App Store nos Macs.
A Gigante de Cupertino sempre foi criticada pela falta de flexibilidade no seu modelo de ecossistema, impedindo modificações e cobrando quantias exorbitantes dos desenvolvedores. Essa postura excessivamente controladora despertou a atenção de órgãos reguladores do mundo inteiro.
Ainda não está claro se a empresa também fornecerá acesso a camadas mais profundas dos aparelhos, como câmera ou ao Always-on Display. Isso possibilitaria mais níveis de personalização no iOS, deixando muito mais mutável como o rival Android.
O que se sabe, conforme a Bloomberg, é das restrições impostas ao NFC, o que permitiria alternativas de pagamento paralelas ao Apple Pay. A medida daria mais liberdade para apps de cartões de crédito ou carteiras digitais se instalarem nos celulares da Maçã.
Lojas de apps mais flexíveis
A mudança na App Store reflete o sucesso da legislação europeia, que também obrigou a Microsoft a permitir lojas de terceiros como alternativa à oficial no Windows 11. Lá, contudo, a situação é diferente, já que a empresa não cobra taxas dos desenvolvedores.
O Android já permitia o download de apps por lojas paralelas e também a instalação de arquivos independentes. O sistema do Google também aplica taxas às vendas, mas trabalha com menores percentuais e não restringe os métodos de pagamentos alternativos desde o mês passado.
A Apple terá até 6 de março de 2024 para se adaptar aos ditames da lei europeia, caso contrário pode ser penalizada no Velho Continente. Se a companhia abrir a App Store antes, como parece ser o caso, as regras já passariam a valer a partir do iOS 17, previsto para chegar no segundo semestre de 2023.